Apresentação

Apresentação

sábado, 5 de dezembro de 2009

Encontros e desencontros: será que sou eu?

No livro: A Humana Docência, de Miguel Arroyo, acontece uma grande reflexão em torno do ofício de educador. Me senti incluída no trecho em que ele fala por muito tempo (e que disfarçadamente até hoje) encontra-se a educação como sinônimo de adestramento, como moralização para ter-se um povo ordeiro e trabalhadores submissos. Desencontros que têm marcado a visão da educação e da escola e a auto-imagem de seus profissionais, quando se diferencia educação de ensino, dizendo que tudo vem de uma cultura social, política elitista que quer mostrar serviço. Às vezes me sinto sufocada com tantos parâmetros e percebo que, o que  realmente se aprende na faculdade ainda  não condiz com a realidade da sala de aula. Por que, em se tratando de teoria, aprendemos muita coisa bonita e motivadora, e quando entramos em cena, amarram nossos braços para fazer de um jeito só, e vendam nossos olhos críticos, com a justificativa de “adequar-se à proposta metodológica”. Mas e a LDB? Não é uma só? Como os pais dos meus alunos me vêem? Como uma educadora ou como professorinha? Por que é que do outro lado do balcão não vejo tanta importância assim pelo nosso trabalho? É... Como Arroyo diz: “Nesses desencontros, nos desencontramos. Em nosso papel social e cultural se encontram imagens não coincidentes, que foram perfilando um rosto desfigurado. Esse rosto desfigurado, indefinido de mestres e de nosso fazer social condiciona políticas de formação, currículos de formação e as instituições formadoras. Tem condicionado as teorias pedagógicas e nosso pensamento pedagógico, tão distante da teoria educativa e tão próximo do didatismo, das metodologias de ensino e dos saberes escolares a serem ensinados.”

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Educação começa pelo exemplo

Esse pequeno passarinho foi resgatado pelo meu companheiro enquanto passeávamos no Parque da cidade - Brasília - DF. Quando o vimos, tinham várias crianças o rodeando. Algumas tentavam pegá-lo, mas ele reagia se arrepiando todo e piando alto. Teve até um garoto por volta dos 7 anos que ia chutá-lo, quando meu companheiro impediu, segurando esse filhote, tão indefeso, nas mãos. Então ele fez algumas ligações, afim de saber o que fazer com o passarinho. Descobriu então que poderia levar para o zoológico. Parecia fácil, mas não foi tão fácil. Mas no final deu tudo certo e o entregamos aos responsáveis pela parte veterinária do zôo. Você agora deve estar perguntando: o que isso tem a ver com exemplo? Aí é que está o ponto-chave da questão: estava nos acompanhando minha querida filha, de nove anos. Ao presenciar tudo isso, várias perguntas eram feitas por ela, do tipo: como será que ele caiu? Poque não procuramos o seu ninho e o colocamos de volta? Mas porque fazer tudo isso por um bichinho? Respondemos a todas as perguntas, favorecendo a segurança e preservação da vida do passarinho. E então ficou uma lição concreta para ela. Uma oportunidade que muitos educadores gostariam de ter em suas mãos para poder explicar muitas coisas que teorias e livros não explicam. E assim é o exemplo, pois ele vale muito mais do que palavras. Fiquei feliz, porque salvamos o passarinho e salvamos um momento de aprendizado para minha filha.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Regras de Convivência

Um dos principais objetivos de onde eu trabalho é o de criar subsídios para que as crianças possam crescer sabendo viver em sociedade, e é para este fim que trabalhamos os combinados desde os primeiros anos da fase escolar. Vale ressaltar que todos os combinados são construídos por eles. Então, no começo do ano minha turma já traçou combinados, que fizeram a convivência ser harmoniosa e as aulas serem mais produtivas. Tudo começou na roda de conversa, onde foi apresentado um jogo de dominó e eu sugeri a eles que jogassem aleatoriamente, sem impôr regras. Após uma jogada, dialogamos sobre o jogo e de como foi difícil jogar sem regras. Daí surgiu a pergunta: O que acontece se jogarmos sem regras? Alguns alunos responderam: “ Nós perdemos”. Aproveitando essa oportunidade falei sobre a importância de se ter regras de convivência, pois assim como foi difícil jogar sem regras, também o é viver sem regras no cotidiano. Então cada aluno sentiu-se livre para falar a sua opinião. Durante essa conversa apreciamos alguns comentários que foram concordados por todos os coleguinhas, entre eles: “ Não podemos jogar o lixo no chão por que fica sujo”, “ tem que falar boa tarde para as pessoas quando chegamos”, “pode brincar na sala mas sem correr senão podemos cair ou machucar o coleguinha”, entre outros. Assim, analisando as conversas e brincadeiras dos alunos, fica claro como é importante eles perceberem que dependemos dos combinados para vivermos melhor uns com os outros. A sociedade tem que ser baseada em regras que facilitem o convívio harmonioso entre as pessoas. E a base é a infância.